>> 03/08/2008

Morfeu*

Antes de dormir
Apostarei:
-Que sonho vai dar hoje?
-O que serei enquanto não sou?
Por desejar ter,
O que não tenho.
E o que desejo ser,
Desejar ser o que sou.

Um homem sonha
Que é um pássaro.
Enquanto um pássaro,
Sonha desejando ser um homem.
A força e o poder,
Nunca têm liberdade
De voar ao sabor do acaso.
A liberdade de voar,
Nunca tem poder
De guiar o destino.

Você é o que você sonha.
O que você sonha é produto
Do que você é.
Consciência, subconsciência
Realidade, subrealidade?

Estar acordado,
Não lhe empede
De ser uma utopia.
Não lhe empede de ser
Um sonho desejado
Por um pesadelo assustador.
Uma quimera,
Que se desfaz
Com um beijo.

Há um universo
Enquanto durmo.
Algo acontece enquanto
Não sei mais o que sou.
Mas o que vejo,
São só metáforas
De minha existência.
Um universo de subjetividade
E insanidade passageira.

Toma-me em seus braços.
Tu que és o senhor de tudo
Que não vejo.
Dormirei como quem toma
O néktar da embriaguez.

Vivo um sonho de cada vez,
Tentando decifrar o que sou.
Mas tens toda a sabedoria e voracidade
Capas de devorar-me
Em apenas uma noite.
Na qual estou hipnotizado
Em teus braços.

A luz é feita de insanidade.
E a noite em vez de sonhos
Trás alucinações,
Quadros de Picasso,
E mundos tortos
Desenhados no lençol.

*Gênio alado, filho do Sono e da Noite, Morfeu percorre o espaço em silêncio e toma forma humana (este é o sentido do seu nome) para aparecer nos sonhos dos que dormem (diz-se "nos braços de Morfeu").

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