>> 14/09/2008

Alma, súspirante alma...

Minha alma não conhece “Parnasiana”.
É direta e literária:
Não conhece símbolos.
(Mas subjetiva enquanto alma).
Suas rimas
São suspiros
Que se encerram em fonemas:
Flertantes colegiais
Eles se amam
A cada verso que se finda.

Minha alma não conhece revolução.
É sempre libertaria
A cada suspirar poético.
É como criança travessa,
Que brinca com os novelos
Da avó que tenta tricotar
Seus conceitos, objetivados subjetivamente.

Minha alma é travessa,
E eu sou uma criança
Soltando pipa.
E minha alma lá em cima;
A flutuar sobre as nuvens.
E essa linha fina,
Mas espessa e aprisionante.
Que nos mantém aqui embaixo.
Errantes
A invejar os pássaros.

(Ter um céu
Para se perder e admirar,
Não nos permite voar.
Mas os pássaros
Sempre descem
Para se alimentar).

Minha alma não é conceitual.
É cheiro de terra molhada;
É cor do céu;
É abraço apertado
Com gosto de partida.

Minha alma é deformada.
É imaterial como luz crepuscular.
É fina e estática,
Mas dinamiza em cada suspirar.

E poderia algum ser
Não ter alma?
Poderia não ser alma,
Transcendente e teológica;
Caos e harmonia;
Perfeição finita;
Fim de tarde sentida.

Alma, súspirante alma.
Sem nome;
De eterna fome;
Alameda de sonhos,
E amores perdidos;
Breve sopro mortal;
Néktar que consome a si próprio.
Goles profundos;
Poço profundo;
E a boca sempre seca.

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>> 09/09/2008

Pensamento passarinho*

Eh vida senhor!

Eh vida, eh mundo,
Eh pensar sem rumo.
Eh vida, eh rumo,
Eh caminhar profundo.
Eh vida, eh caminho,
Eh voar sozinho.
Eh vida, eh voar,... eh viver!!!

*Sobre um fato que me ocorreu nesse ultima sexta, o qual depois relatarei aqui (pelo ou menos eu espero).

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>> 07/09/2008

Os pensamentos caem como folhas

Venho agora para escutar
O som das palavras mudas.
E para declamar
Aos pensamentos surdos.

Tagarelantes onomatopéias
Nestas tardes solitárias,
De moveis mudos
E vespertinais adormecidos.

Quando o silencio
Vira poeira,
Tomando vida
Na resta de luz
Que se lança pelo olho na telha
Que talvez uma pedra
Ou o tempo tenha ousado fazer.

Pensamentos poéticos,
A poetizar o frio
Que o calor lá de fora
Faz aqui dentro.
Feito folhas
Ao sabor do vento;
Vozes ecoando em silencio;
Sonhos e assonâncias
Ecoando em poemas.

As notas, os acordes
E o mundo;
As pessoas, os amores
E a musica;
Perdem-se sem nome
Ficando surdos.

Assonancias e aliterações
De pensamentos que não pensam;
Pensamentos caindo;
Quiasmos que se opõem;
Respostas que se contestam.

Pensamentos: gradações de idéias;
Enumerações caóticas
Que balança
Em arvores de insônia.
Até que...

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..., ...,*

As coisas mais banais da vida.
Tomates verdes fritas,
E maçãs antes de dormir

Um relógio parado
Que fica certo
Ao menos duas vezes por dia.
O céu esta lindo
Mas não é chocolate ainda.

Corações feitos de nuvens,
Que se desfazem
No próximo instante,
Ao sabor do vento.
Em partículas de sentimento
No complexo universo quántico.


* Uma conversa sem muitas palavras que tive com uma amiga que depois resultou nisso ai(num disse a vc que fazia), achei bonitinho e simbolico...
Não sei qual foi mais importante e inesquecivel,
A pessoa ou o momento...
Talvez os dois.
Na vida tudo é expresão da mesma alma...

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As flores no jardim e as nuvens do céu

Errados são os sentimentos
Subjetivos.
Equivocados são os que acreditam
Que para amar não há motivo.

Hoje acordei com vontade de amar.
Com vontade de te ter;
Vontade de te imaginar.
Ser sua vontade de ser.

Eu amaria
Alguém tão perfeita pra mim,
Que ela não me quereria
Para amar.
Eu gostaria de um dia
Poder te falar:
Que o que temos em comum
Nos uni.
Mas só o que temos de oposto
Nos completa.

Mas eu quero você pra mim.
Amar seus defeitos.
E te convencer:
Que os meus são os mesmos.

Aqui estamos nos,
Como antes, à sós.
Neste oceano da vida
Separando duas ilhas.
Assim somos nos.

Todo poeta carrega consigo
Uma imagem feminina
Como inspiração.
Todo poema carrega
Um pouco de utopia
E ilusão.
Toda cidadezinha
Tem sua igreja:
Símbolo de devoção.

Na falta do que fazer,
Agente volta pra onde estava.
Brinca, finge acreditar,
Que um dia o passado
Ira nos mudar.

Ainda sinto o perfume
Da ultima flor que beijei.
Ela sempre esta presente
Em toda grama que me deito.
Ainda vejo o desenho
Daquela nuvem que o vento desfez.
E ela sempre voltara
Quando tudo estiver nublado.

Alguns amores,
São como as flores do jardim:
Puros, belos e simples.
Outros são como nuvens no céu:
Leves, limpos, nostálgicos
E inalcançáveis.
As flores, apesar de perto,
Às vezes se mantêm distantes.
As nuvens, apesar de longe,
Sempre estão presentes
Em nosso querer.
Mas continuam inalcançáveis.

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>> 06/09/2008

O som do silencio

Tic-tac, tic-tac.
Tudo vai passando
O tempo todo.
Todo mundo
Tentando ter
Um sonho.

Todo sonho torto
É um soluço
De um pesadelo
Sonhando só.
Idéias sem sentido
Sem sentir
O egoísmo
De entender
Um querer.

Tic-tic, tac-tac.
O tempo passando
E agente pensando
Em parar de pensar.
Sonhos ecoando
Sem perceber.

O pensamento passa pela rua
Assobiando em silencio
Sem acordar
Os que só assistem
A TV.

Grem-grem, grem-grem.
Somos engrenagens
Sem querer;
Escolhas já feitas;
Alternativas já escolhidas;
As opções são produtos
Perdidos por prazer.

Tont, cloc, punf.
Fazendo planos
Por caminhos perdidos.
Passos profundos
Caminhos: caramujos.
Caminhando
Como povos caídos.
Corvos coloridos.
Cores, cloros,
Espectros eletrônicos.

Rec-rec, rec-rec.
Queremos uma razão.
Raízes razas
Roendo chão.
Resistindo a recaídas.
Febres de perdão
Remoendo solidão.

Esses são os sons
Que só o silencio produz.
Sons que precedem
O susto.
Que suspendem
O suspiro.

Antes do ar tomar fôlego,
Antes do suspiro tomar vida.
Antes do amor se tornar platônico,
Antes de doer a ferida.

Tudo se sente.
Tudo se pensa.
Nada se sabe.
Nada se escuta.

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