>> 06/09/2008

O som do silencio

Tic-tac, tic-tac.
Tudo vai passando
O tempo todo.
Todo mundo
Tentando ter
Um sonho.

Todo sonho torto
É um soluço
De um pesadelo
Sonhando só.
Idéias sem sentido
Sem sentir
O egoísmo
De entender
Um querer.

Tic-tic, tac-tac.
O tempo passando
E agente pensando
Em parar de pensar.
Sonhos ecoando
Sem perceber.

O pensamento passa pela rua
Assobiando em silencio
Sem acordar
Os que só assistem
A TV.

Grem-grem, grem-grem.
Somos engrenagens
Sem querer;
Escolhas já feitas;
Alternativas já escolhidas;
As opções são produtos
Perdidos por prazer.

Tont, cloc, punf.
Fazendo planos
Por caminhos perdidos.
Passos profundos
Caminhos: caramujos.
Caminhando
Como povos caídos.
Corvos coloridos.
Cores, cloros,
Espectros eletrônicos.

Rec-rec, rec-rec.
Queremos uma razão.
Raízes razas
Roendo chão.
Resistindo a recaídas.
Febres de perdão
Remoendo solidão.

Esses são os sons
Que só o silencio produz.
Sons que precedem
O susto.
Que suspendem
O suspiro.

Antes do ar tomar fôlego,
Antes do suspiro tomar vida.
Antes do amor se tornar platônico,
Antes de doer a ferida.

Tudo se sente.
Tudo se pensa.
Nada se sabe.
Nada se escuta.

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